Dados do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), divulgados na quarta-feira pelo governo estadual, apontam que o desempenho dos estudantes do ensino médio, principalmente em matemática, permanece abaixo do esperado. Segundo o professor de avaliação e política educacional da Universidade de São Paulo (USP), Ocimar Munhoz Alavarse, desde que o programa passou a utilizar a metodologia dos exames nacionais - que permite a comparação dos dados - houve uma estagnação dos resultados. "O desempenho dos estudantes é praticamente o mesmo desde 2007. Isso mostra que a política educacional não avançou como deveria", afirma o pesquisador.
Alavarse defende o Saresp como forma de avaliação do ensino no Estado, mas critica a "falta de planejamento com os resultados". "As avaliações só servem quando são utilizadas para planejar o ensino. O resultado precisa chegar ao professor, precisa ser feito um trabalho pedagógico, definir as principais carências e trabalhar em cima delas", diz. Segundo ele, não basta premiar os professores com melhor desempenho e distribuir laptops para os alunos com notas mais altas.
"Isso é muito maior. Passa pela realização de concurso público para professores - reduzindo o número de servidores temporários nas escolas -, por um projeto pedagógico que incentive o aprendizado", afirma. Para o pesquisador, o baixo desempenho dos alunos é um problema que afeta todo o Brasil, mas avalia que São Paulo, por ser um Estado com mais recursos financeiros, deveria dar o exemplo para o País. "Além da valorização dos professores, isso passa também pelo investimento na estrutura física das escolas", completa.
O pior desempenho dos cerca de 900 mil estudantes que fizeram a avaliação no ano passado foi na prova de matemática do 3° ano do ensino médio. Mais de 58% dos 322.078 alunos que fizeram a avaliação apresentaram conhecimento abaixo do básico na disciplina ao concluir o ensino médio. Segundo Alavarse, desde 2007, apenas o desempenho dos alunos do 5º ano do ensino fundamental apresentou elevação. Os resultados do 9º ano fundamental e do 3º ano do ensino médio tiveram alterações mínimas nesses cinco anos.
"Quando a Secretaria de Educação começou a distribuir apostilas com um conteúdo único para todas as escolas, acreditava-se que o desempenho iria melhorar. Mas um material didático não resolve o problema do ensino e a secretaria precisa fazer uma avaliação disso", afirmou o professor da USP.
O secretário-adjunto da Educação, professor João Cardoso Palma Filho, afirmou após a divulgação dos dados que no último ano houve uma melhora nos resultados, mas concordou que ainda é preciso avançar. Sobre o que o governo tem feito para resolver o baixo desempenho dos estudantes, principalmente no ensino médio, ele disse que vários programas estão em andamento. "Estamos investindo na formação de professores e em novas ferramentas de avaliação, por exemplo, que beneficiarão toda a rede. Para o ensino médio temos dois programas importantes, a Rede Ensino Médio Técnico e o Ensino Médio Integral, entre outras ações como o curso de inglês online", disse.
Já o secretário Herman Voorwald afirmou por meio de nota que o ensino médio enfrenta um problema histórico. "Nosso desafio com o ensino médio é maior porque seu desempenho atual reflete todo um longo passado de exclusão no acesso ao ensino, que só começou a ser revertido a partir dos anos 1980".
Resultados do Saresp
Aplicado na rede estadual desde 1996, o Saresp é um instrumento utilizado pela Secretaria da Educação para avaliar o ensino básico em São Paulo. Os dados também servem para bonificar os professores e os estudantes com desempenho destacado ainda ganham prêmios, como laptops. Fizeram a última prova, em novembro de 2011, mais de 900 mil alunos do 5º e 9º ano do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio.
De acordo com os resultados divulgados na quarta-feira, do total de 322.078 estudantes do ensino médio que fizeram a avaliação, 58,4% demonstraram ter conhecimento abaixo do mínimo. Em 2010, o percentual de alunos com nível abaixo do adequado havia ficado em 57,7%. Apesar disso, aumentou a porcentagem de estudantes com nível considerado adequado. Este ano foram 4,2% contra 3,6% na avaliação de 2010. Já em português, aconteceu uma ligeira queda de 37,9% em 2010 para 37,5% no nível abaixo do básico.
No 9º ano do ensino fundamental, 28% dos estudantes ficaram abaixo do nível básico em português, contra 28,4% em 2010. Já em matemática, a média passou de 34,9% em 2010 para 33,8 em 2011. Para os alunos do 5º ano, o percentual abaixo do mínimo de conhecimento atingiu 17,4% em português no último ano, contra 19,8% em 2010. Em matemática, a média ficou em 26% em 2011 contra 29% em 2010.
O Saresp classifica os alunos em quatro níveis: abaixo do básico (conhecimento insuficiente), básico (com conhecimento mínimo do conteúdo), adequado (com domínio do conteúdo) e avançado (aprende além do esperado). Levando em conta as notas médias dos estudantes do 3º ano, houve uma elevação em comparação com o ano passado em matemática, passando de 269,2 para 269,7. Em português a nota média permaneceu a mesma: 265,7 pontos para alunos do ensino médio
Postagem: Paloma Rodrigueshttp://www.dirigida.com.br/news/pt_br/professor_da_usp_saresp_mostra_que_ensino_nao_avancou_em_sp_terra_brasil/redirect_7769731.html
Alavarse defende o Saresp como forma de avaliação do ensino no Estado, mas critica a "falta de planejamento com os resultados". "As avaliações só servem quando são utilizadas para planejar o ensino. O resultado precisa chegar ao professor, precisa ser feito um trabalho pedagógico, definir as principais carências e trabalhar em cima delas", diz. Segundo ele, não basta premiar os professores com melhor desempenho e distribuir laptops para os alunos com notas mais altas.
"Isso é muito maior. Passa pela realização de concurso público para professores - reduzindo o número de servidores temporários nas escolas -, por um projeto pedagógico que incentive o aprendizado", afirma. Para o pesquisador, o baixo desempenho dos alunos é um problema que afeta todo o Brasil, mas avalia que São Paulo, por ser um Estado com mais recursos financeiros, deveria dar o exemplo para o País. "Além da valorização dos professores, isso passa também pelo investimento na estrutura física das escolas", completa.
O pior desempenho dos cerca de 900 mil estudantes que fizeram a avaliação no ano passado foi na prova de matemática do 3° ano do ensino médio. Mais de 58% dos 322.078 alunos que fizeram a avaliação apresentaram conhecimento abaixo do básico na disciplina ao concluir o ensino médio. Segundo Alavarse, desde 2007, apenas o desempenho dos alunos do 5º ano do ensino fundamental apresentou elevação. Os resultados do 9º ano fundamental e do 3º ano do ensino médio tiveram alterações mínimas nesses cinco anos.
"Quando a Secretaria de Educação começou a distribuir apostilas com um conteúdo único para todas as escolas, acreditava-se que o desempenho iria melhorar. Mas um material didático não resolve o problema do ensino e a secretaria precisa fazer uma avaliação disso", afirmou o professor da USP.
O secretário-adjunto da Educação, professor João Cardoso Palma Filho, afirmou após a divulgação dos dados que no último ano houve uma melhora nos resultados, mas concordou que ainda é preciso avançar. Sobre o que o governo tem feito para resolver o baixo desempenho dos estudantes, principalmente no ensino médio, ele disse que vários programas estão em andamento. "Estamos investindo na formação de professores e em novas ferramentas de avaliação, por exemplo, que beneficiarão toda a rede. Para o ensino médio temos dois programas importantes, a Rede Ensino Médio Técnico e o Ensino Médio Integral, entre outras ações como o curso de inglês online", disse.
Já o secretário Herman Voorwald afirmou por meio de nota que o ensino médio enfrenta um problema histórico. "Nosso desafio com o ensino médio é maior porque seu desempenho atual reflete todo um longo passado de exclusão no acesso ao ensino, que só começou a ser revertido a partir dos anos 1980".
Resultados do Saresp
Aplicado na rede estadual desde 1996, o Saresp é um instrumento utilizado pela Secretaria da Educação para avaliar o ensino básico em São Paulo. Os dados também servem para bonificar os professores e os estudantes com desempenho destacado ainda ganham prêmios, como laptops. Fizeram a última prova, em novembro de 2011, mais de 900 mil alunos do 5º e 9º ano do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio.
De acordo com os resultados divulgados na quarta-feira, do total de 322.078 estudantes do ensino médio que fizeram a avaliação, 58,4% demonstraram ter conhecimento abaixo do mínimo. Em 2010, o percentual de alunos com nível abaixo do adequado havia ficado em 57,7%. Apesar disso, aumentou a porcentagem de estudantes com nível considerado adequado. Este ano foram 4,2% contra 3,6% na avaliação de 2010. Já em português, aconteceu uma ligeira queda de 37,9% em 2010 para 37,5% no nível abaixo do básico.
No 9º ano do ensino fundamental, 28% dos estudantes ficaram abaixo do nível básico em português, contra 28,4% em 2010. Já em matemática, a média passou de 34,9% em 2010 para 33,8 em 2011. Para os alunos do 5º ano, o percentual abaixo do mínimo de conhecimento atingiu 17,4% em português no último ano, contra 19,8% em 2010. Em matemática, a média ficou em 26% em 2011 contra 29% em 2010.
O Saresp classifica os alunos em quatro níveis: abaixo do básico (conhecimento insuficiente), básico (com conhecimento mínimo do conteúdo), adequado (com domínio do conteúdo) e avançado (aprende além do esperado). Levando em conta as notas médias dos estudantes do 3º ano, houve uma elevação em comparação com o ano passado em matemática, passando de 269,2 para 269,7. Em português a nota média permaneceu a mesma: 265,7 pontos para alunos do ensino médio
Postagem: Paloma Rodrigueshttp://www.dirigida.com.br/news/pt_br/professor_da_usp_saresp_mostra_que_ensino_nao_avancou_em_sp_terra_brasil/redirect_7769731.html
Boa noite a todos!!!
ResponderExcluirEm relação ao exame de avaliação de rendimento escolar, o Saresp, ainda é uma avaliação sem muita utilização de resultados, ou seja, não é muito utilizado para detectar as deficiências escolares, mostrando apenas os problemas e não as causas.
Segundo a entrevista de Nigel Brooke a revista Gestão Escolar (Edição 2011), o professor avalia três motivos para a criação da avaliação externa, o primeiro é induzir mudanças nas práticas pedagógicas, o segundo é definir propriedades de investimento em educação e por útimo responsabilizar os profissionais da área pelo desempenho.
Quando o assuntoé a premiação que professores e alunos ganham a partir de boas notas, uma questão importante a ser discutidas está relacionada ao desempenho do aluno naquele instante, não identificando os possíveis problemas que o aluno possa ter em outras matérias, onde o conteúdo não é o mesmo apresentado nas provas. As premiações impulsiona o gestor a assumir que a melhora no desempenho do professor depende de um incentivo financeiro.
É necessário que haja mudanças quanto aos resultados da avaliação externa, que sejam aplicadas para identificar boa parte dos problemas educacionais.
Postagem: Daniele Fernandes