Camila Rodrigues
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
Quatro mil garrafas PET, argamassa, alguma madeira de demolição e telhado de fibras naturais. Essa foi a receita da casa ecológica apresentada na Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia) por estudantes do CETEP (Centro Territorial de Educação Profissional) de Ribeira do Pombal (BA). O evento começou na terça-feira do dia 13, em São Paulo.
Os alunos do curso técnico de edificações Maria Aparecida Santos, 17, Fernando Souza, 18, e Thainá Santa Rosa, 17, construíram uma casa de 9 m² substituindo os blocos por 4.000 garrafas de plástico preenchidas com areia. O custo total foi de R$ 1.822, incluindo telhado, porta, janela e argamassa. “[Esse tipo de casa] é de 40% a 60% mais barata que uma de bloco. É uma alternativa para construção de moradia de baixa renda”, diz a professora Maria José Silva Almeida, que orientou o projeto.
Segundo Thainá, além das vantagens ecológicas, de diminuir o número de lixo do aterro sanitário e, com isso, facilitar a decomposição do lixo orgânico, a casa oferece isolamento térmico. A estudante conta que a casa foi levantada em duas semanas por sete meninas e três meninos do curso, com o apoio técnico de alguns pedreiros.
A inspiração veio do incomodo com o lixo de garrafas PET e com uma casa que encontraram na Internet. A casa que serviu de inspiração, porém, tinha 46 m² e usou 2.800 garrafas de plástico. “As paredes foram montadas com mais concreto e havia maior distância entre as garrafas”, conta Souza.
A feira
Não são apenas robôs e experimentos químicos que ocupam os corredores da feira. Propaganda nazista, Caetés (primeiro romance de Graciliano Ramos) e cartas de alforria foram temas de alguns trabalhos científicos apresentados na feira. “No Brasil, as pessoas pensam que ciências são apenas ciências naturais. A ideia é que o estudante aprenda a fazer um trabalho cientifico, e há muitas áreas a serem exploradas”, avalia Roseli de Deus Lopes, coordenadora geral da Febrase.
Além das ciências humanas, os projetos estão divididos em outras seis categorias: ciências exatas e da terra, ciências biológicas, ciências da saúde, ciências agrárias, ciências sociais e aplicadas e engenharia.
Há dois métodos de seleção: o primeiro é por meio de submissão direta dos autores; o segundo é por meio de 54 feiras de ciências afiliadas à Febrace. Há projetos científicos de todos os Estados brasileiros.
Dentre os 750 estudantes que estão participando, 70 vão receber uma bolsa de iniciação cientifica do CNPq, que pode ser para continuar o mesmo projeto ou para iniciar outra investigação, conta Lopes. Além do orientador de sua escola, o estudante deverá procurar a orientação de um professor de uma universidade ou de um centro de pesquisa.
Postagem: Yasmin Pinhas
O projeto utilizando garrafas PETS além de fazer bem ao meio ambiente também pode substituir muitas casas das pessoas de baixa renda, acredito que a utilização da areia nas garrafas acaba dando um resultado mais RESISTENTE, podendo até substituir a areia por terra ou barro.
ResponderExcluirO tempo da mão de obra também se mostra curto e vantajoso, porém se pensarmos que as mesmas pessoas que podem fazer essas casas são aquelas que vendem material reciclavel para "manter" sua casa.
Postagem: Paloma Rodrigues